Rogério Ceni foi apresentado nesta manhã como treinador do São Paulo em 2.017

foto: Sergio Barzaghi/Gazeta Press - O ex-goleiro se mostra bastante tranquilo durante a sua apresentação

A apresentação de Rogério Ceni como novo técnico do São Paulo chega ao fim.

"Seria pretensão muito grande dizer que vou mudar alguma coisa no futebol brasileiro. Não estou trazendo novos conceitos. Tenho os meus conceitos, e as minhas ideias batem com as do Michael (Beale). Os treinamentos serão muito intensos e mais curtos, sim, porque é assim que vejo o futebol", diz o novo técnico são-paulino.

"Ele está estudando três horas por dia de português. É um idioma difícil, mas é fácil ter um linguajar futebolístico com os atletas", afirma Ceni, sobre Michael Beale, profissional que trouxe do Liverpool.

Sempre elogiando Osorio, Ceni estende o comentário a outros profissionais com quem trabalhou no São Paulo: "Aprendi com todos eles. Mas vão dizer que tive uma discussãozinha com um e com outro e ganhei com um e com outro. Só que aprendi com todos as coisas que se devem ou não fazer. Todos foram importantes para a minha formação". 

Ceni está se encarregando pessoalmente da busca por reforços: "Venho fazendo pesquisa de jogadores há dias. Teve um dia em que não almocei nem jantei. Tenho tocado isso junto com o departamento. O Pintado é membro da comissão fixa do São Paulo e tende a ajudar". 

Ceni descreve como imagina o seu São Paulo: "A minha intenção é jogar ofensivamente, com pressão, com as peças para isso. Do contrário, eu me adapto com o que tiver de atletas"

Sobre títulos, Ceni é cauteloso: "Penso na minha primeira vitória. A partir disso, quero construir vitória após vitória e tentar ser merecedor de um título. Vou tentar montar um elenco e uma comissão técnica para que consiga isso. Faço planejamento de vitórias. O título é uma questão muito... Você vê o Atlético-MG, que entrou como favorito no primeiro jogo da final da Copa do Brasil contra o Grêmio e perdeu". 

Ceni avisa que não deverá trabalhar em Corinthians, Palmeiras e Santos como técnico: "Não consigo me ver como treinador de um desses times. Sempre manifestei o desejo de treinar o São Paulo. Também acho que eles não me veriam como um bom nome. Então, é uma coisa muito simples de analisar. Existe uma incompatibilidade. Espero ficar muito tempo no São Paulo, mas a gente sabe como é a vida de treinador. E falo isso com o maior respeito para com os rivais que fizeram com que a minha história fosse construída". 

Ceni não acha que precisará cobrar garra do elenco tricolor: "Sempre fui muito exigente comigo mesmo, antes de ser com qualquer companheiro meu. O coração e a alma já estão inseridos em um jogador de futebol. Talvez um ou outro problema de ajuste exista, que foge do meu conhecimento, mas gostaria, sim, que eles entendessem o futebol como sempre pensei. Até porque um dos motivos para a minha chegada é o meu perfil como atleta".

"Conheço o Denis e sei do potencial dele. Ele trabalhou comigo durante seis anos. Foi o goleiro que mais jogou nos 19 anos em que fui titular do São Paulo. Será uma disputa saudável. O Sidão chega para que a gente possa elevar o nível de competitividade", complementa o ex-goleiro.

Ceni se informa sobre um reforço para o gol com Leco: "O Sidão está contratado? Só queria saber. Provavelmente, esteja". O presidente assente.
Ceni elogia Michael Beale, que trouxe da Inglaterra para trabalhar consigo no São Paulo.

Rogério Ceni promete utilizar os pratas da casa do São Paulo: "Com o investimento feito em Cotia, que é muito alto, não podemos deixar de aproveitar garotos das categorias de base. Estive lá, assisti a jogos dos times sub-20 e sub-17 e vi profissionais altamente qualificados, dando uma sustentação bacana para os meninos. Sem dúvida, daremos oportunidades a jogadores da base". 

Sobre Renato Gaúcho, que foi campeão da Copa do Brasil e minimizou os estudos que os novos técnicos têm feito, Rogério Ceni minimizou: "Quem vence sempre tem mais histórias para contar. Admiro o Renato, como atleta que foi, campeão mundial, sendo eleito o melhor jogador. Ele demonstra toda a capacidade que tem como profissional da área para dirigir não só o Grêmio, como outros clubes por que passou. Qualquer profissional que tem conhecimento de futebol pode ser treinador. Respeito os dois tipos de profissional, os mais antigos e aqueles que estão chegando agora, preparando-se".

"Sou apenas uma parte de um todo. Em um ambiente de trabalho, o importante é você se sentir importante. Acabei de encontrar o Ratinho, que foi meu roupeiro desde 1990. Sei da importância dele", diz Ceni.

Ceni explica como irá se portar como treinador: "Com lealdade, sinceridade, falando olho no olho, como sempre gostei que fosse comigo. Lamentavelmente, dou o exemplo do Mário Sérgio, que faleceu nesse trágico acidente. Em 1998, ele me chamou em uma sala e falou que eu não gostaria que eu batesse faltas. Achava que não era uma função para mim. Como atleta, respeitei. Ele foi sincero, olho no olho. É assim que deve ser"

O técnico agora cita uma frase de seu ex-comandante, o colombiano Juan Carlos Osorio: "Tem coisas que você faz pelo dinheiro e tem coisas que você faz em busca da glória. Eu vim aqui em busca da glória". 

"O que me move são os grandes desafios, assim como aconteceu quando bati uma falta pela primeira vez. O meu pai sempre dizia que na vida só erra quem decide. Não espero ser julgado como atleta aqui, mas como treinador. Tenho essa consciência. Tentei montar uma equipe de trabalho muito boa para isso", completa o novo técnico do São Paulo.

Rogério Ceni: "O meu coração diz que, se o São Paulo me chama para uma oportunidade como essa, eu jamais poderia recusar. Mas concordo que técnico não se trata apenas do conhecimento de jogo, mas do que gira ao redor do jogo. Quando as partes caminham com o mesmo pensamento, tudo de melhor pode acontecer para o clube". 

Sobre os seus estudos na Europa, Ceni fala: "Tive o segundo semestre fora praticamente. Nos primeiros meses, aproveitei para descansar, acompanhar a Libertadores, os jogos do São Paulo no Morumbi. Vi um primeiro semestre promissor do São Paulo, com grandes chances de conquista, não chegando à final da Libertadores por pequenos detalhes. Aí, talvez eu nem estivesse aqui. No segundo semestre, sim, fui à Inglaterra, fazendo curso pela Federação Inglesa, aprimorando o inglês também. Queria fazer Uefa B, Uefa A e consequentemente o Pro, mas apareceu esse convite. Conversei com o treinador do West Ham, que me disse que, às vezes, idealizamos uma oportunidade tão perfeita que nunca acontece. Então, decidi interromper os estudos e iniciar a carreira como treinador na minha paixão, que é o São Paulo Futebol Clube". 

Fonte: SportSinop/Valcir Pereira e Globoesporte.com

Fotos: Redação/SportSinop 

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